BETTY FARIA TEM TUDO DE LEILA DINIZ
Segunda, 01 Julho 2013 11:24
Fonte: http://visionari.com.br/
A antropóloga Mirian Goldenberg, ao escrever o livro Toda Mulher é meio Leila Diniz publicado pela Bestbolso na década de 90, me fez agora lembrar que no caso de Betty Faria essa premissa é totalmente verdadeira.
As semelhanças entre Betty e Leila se fizeram presentes pela atual avalanche de publicações na mídia, estampando fotos de Betty na praia, de biquíni, aos 70 e poucos anos. As fotos foram uma investida do trabalho remunerado dos paparazzi, ou seja, fotógrafos que ficam escondidos atrás das árvores, em busca de grandes tomadas, grandes furos, grandes, enfim, notícias que possam dar retorno garantido de mídia. E o retorno garantido seria, na avaliação certeira dos paparazzi, o fato de que Betty teria, aos 70 e poucos anos, o corpo de uma senhora!
Por incrível que possa parecer, o óbvio torna-se, na internet e pela glória do movimento midiático, algo passível de milhares de clicks.
Muitos desses paparazzi, no entanto, desconhecem que o que Betty fez na praia sendo alvo da mídia, agora por ser uma senhora tomando banho de mar, não foi nada mais, nada menos, do que sempre fez.
Ou seja, Betty fez-se, como sempre, uma herdeira fiel de Leila Diniz, que na década de 70 escandalizou a todos com seu barrigão de grávida na praia, usando um biquíni.
É bom deixar claro que no caso de Betty Faria a revolução não se deu por estar usando um biquíni, visto que muitas sessentonas e setentonas já o usam na praia, mas por falar, em alta voltagem, que não iria esconder o seu corpo e que estava se lixando para o que os outros pensavam.
Em 1969, antes de Leila escandalizar com seu barrigão e antes de Betty ter seus atuais 70 e poucos anos, essas duas mulheres, grudadas pelo destino de se tornarem ícones da praia, estamparam um beijo na boca clicado por Antonio Guerreiro, selando este destino ainda insuspeito.
Assim, sem mais, Betty Faria se torna o novo ícone das nossas praias, porque tem a coragem de falar o que muitas mulheres sentem, mas não ousam pronunciar, sequer pensar.
Salve Betty!
Alessandra Cruz
psicanalista