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O uso de medicamentos em idosos é preocupante no Brasil, devido às altas taxas registradas. A saúde pública no Brasil exige maior cuidado para esse público.



De acordo com dados do Censo 2010 do IBGE, o número de idosos no Brasil ultrapassou o número de crianças. Em 1991, os idosos representavam 4,8% da população; em 2000, 5,8% e agora chegam a 7,4%. Do total de 190.755.799 da população brasileira, 14.081.480 têm 65 anos ou mais.



Do ponto de vista da saúde, indica maiores gastos de recursos neste setor. De fato, os idosos constituem a faixa etária que mais apresenta problemas de saúde e, para isso, realizam tratamentos medicamentosos.

Uso de medicamentos em idosos é preocupante no Brasil

 

Fonte:Instituto Salus

Foto: O Globo

O uso de medicamentos em idosos é fato extremamente comum. Um dos motivos é o aumento na prevalência de doenças crônico-degenerativas em pessoas com mais de 60 anos. As mulheres usam mais medicamentos do que os homens. Pesquisas mostram que as mulheres utilizam mais analgésicos, antireumáticos e psicotrópicos e nos homens se observa maior utilização de agentes trombolíticos, cardioterápicos e antiasmáticos.

No Brasil, a farmacoepidemiologia do envelhecimento é uma área promissora, ainda com poucos estudos investigando as diferenças entre homens e mulheres na freqüência de utilização de medicamentos.


O uso de medicamentos em idosos é fato preocupante, pois deriva também do marketing da indústria farmacêutica, que investe muito em pesquisa e desenvolvimento de novos fármacos para o tratamento de patologias prevalentes nos idosos. Além disso, o fácil acesso aos medicamentos em farmácias e drogarias também é fato a ser considerado, que estimula a automedicação e os problemas relacionados com a terapia farmacológica, como o surgimento de reações adversas e interações medicamentosas.

Cerca de 80% dos idosos têm, ao menos uma doença crônica e requerem cuidados médicos e terapêuticos mais freqüentes, utilizando os serviços de saúde em maior escala que as faixas mais jovens. Passam mais vezes em consultas médicas quando comparados aos jovens (nos EUA, a média é de 10 consultas/ano, entre pessoas de 65 a 74 anos) e representam  boa parte  das internações. Mesmo com o número de idosos aumentando, os recursos financeiros destinados à saúde são limitados e não acompanham tal crescimento.


A prescrição de medicamentos para idosos é prática comum. Os idosos consomem, proporcionalmente, cerca de três vezes mais medicamentos que os indivíduos mais jovens.

O uso simultâneo de múltiplos fármacos, chamado de polifarmácia, costuma ser a regra, ao invés de exceção, o que predispõe à ocorrência de interações medicamentosas.


Os grupos de fármacos mais comumente utilizados são aqueles que atuam no sistema cardiovascular (55%) e os medicamentos psiquiátricos (11%).

Óbitos por doenças cardiovasculares lideram o ranking da mortalidade no Brasil, conforme estatísticas do DATASUS de 2007. Por isso, o uso de medicamentos que atuam no sistema cardiovascular é corriqueiro.


Os principais problemas psiquiátricos em idosos incluem a depressão,  ansiedade e insônia, geralmente tratados com antidepressivos e benzodiazepínicos.

O uso de benzodiazepínicos em idosos é preocupante. Estima-se que, em 2001, foram 6,96 bilhões de doses diárias de benzodiazepínicos usados como hipnóticos, consumidos no mundo pela população em geral, número bastante significativo.


O tratamento de condições clínicas em idosos merece atenção especial, sob a ótica da integralidade das ações, não apenas sob a ótica farmacológica. Até que ponto problemas de saúde que são tratados com medicamentos poderiam ser manejados com outras medidas não-farmacológicas?

A melhoria da qualidade de vida dos idosos depende da responsabilidade compartilhada entre profissionais de saúde e pacientes. Educação em saúde, acompanhamento terapêutico, promoção do Uso Racional de Medicamentos, são medidas que devem ser estimuladas.

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